Archive for julho 2017

REVIEW DO TIO DONALD: KAMEN RIDER GAIM

By : RodrigoPatoDonald
        "Pera, Uva, Maçã, Salada Mista... me diga o que você quer sem me dar nenhuma pista...."




Finalmente terminei a saga das frutas sagradas. Estava devendo assistir essa série faz um tempinho e um MONTE de gente estava me cobrando que eu assistisse e fizesse a bendita review sobre a série. Então, vamos nós...

Como definir a série?? Bem... aos meus olhos, Kamen Rider Gaim fala o tempo todo de erros. Principalmente dos primeiros erros da vida de um adulto. Como superar seus erros?? Como enfrentá-los? Como aprender dos seus erros?? Como evoluir através dos seus erros?? Passamos os 47 episódios analisando isso. Quando Kouta ganhou os poderes do Sengoku Driver para se tornar um rider, ele usou isso de forma errada no início. Tomou MUITAS decisões erradas. E isso não foi só com ele. Kaito e Mitchy, outros dois protagonistas, cometeram alguns erros graves no decorrer da série. E é isso que torna a série especial. Justamente os erros dos protagonistas para atingirem seus objetivos. E eles aprendem no duro, o que um erro pode fazer com eles.

O erro de Kouta foi acreditar até na maldade daqueles que se corromperam e se recusar a enxergar isso. Ele comeu o pão que o diabo amassou nas mãos de Mitchy, mesmo com as indiretas de Mai, Kaito e Yoko, Kouta não aprendeu. Mesmo o Mitchy tendo se revelado um crápula, Kouta ainda sacrifica os outros por ele. Mas também, quando Kouta abre a mente e percebe os seus erros, ele viu o passado inteiro e resolver dar uma chance para o amigo. Ele se entregou de corpo e alma para seu amigo rever suas atitudes.

Mitchy errou por acreditar que ele sozinho poderia resolver as coisas. Se tornou manipulador. Se tornou sádico. Machucou aqueles que eram importantes para ele para satisfazer a sua Soberba pessoal. Aprendeu a duras penas que a vida de adulto não é nada fácil. Precisou Kouta se sacrificar na frente dele para ele abrir os olhos e ver até onde foi os seus erros. E o final dele foi maravilhoso.

Kaito errou por generalizar a Humanidade e por acreditar que TODA a Humanidade devia ser extinta por culpa dos fracos. Para satisfazer a sua Soberba, ele declarava que SÓ ele podia criar um novo mundo. Só ele tinha poder para mudar a Humanidade. Para ele, a sua Gula por poder lhe causou a sua ruína. E o final dele foi digno para o que ele acreditava.

Kamen Rider Gaim começou sem grandes pretensões. Mas a partir do episódio 18, houve uma reviravolta mirabolante que fez com que ficássemos presos a série. Todos os personagens tiveram os seus destaques e sua importância na série. Houve certo equilíbrio, coisa que era difícil nas séries antigas.

Aliás, sobre "séries antigas", são encontradas VÁRIAS referências a Kamen Rider Black na série. E isso é mais notável ainda nos episódios finais (não, pequeno gafanhoto... não vou dar spoillers... assista e descubra por si próprio.... XD). Aliás, ouse dizer, se me permite fazer tal comparação, Gaim consertou os erros que estavam presente em Black. E isso me deixou mais esperançoso para o rumo da franquia. Gen Urobochi mostrou para a gente o que é um rider de verdade.

Aliás, sobre a série em si, vale ressaltar a importância da série resgatar vários elementos da série Showa. Combates, monstros do dia, ÓTIMAS cenas de ação e muito bem coreografadas. E sobre isso, vale salientar a importância de Sano Gaku. Ele mostrou que Riders atuais podem lutar sem se transformarem. Sano é um ótimo acrobata, dançarino e artista marcial. Ele lutava MUITO durante os episódios SEM se transformar. Aliás, até o presente momento, dos riders Showa e Heisei que vi, ele foi o ÚNICO que vi lutar tão bem assim SEM se transformar. E isso só me fez garrar amores pelo herói, pois ele mostrou para que veio.

E sobre aqueles que se recusaram a assistir essa maravilhosa série por causa do tema "frutas", só lamento. E NEM ousem usar o argumento de que "Ah, seu Ishinomori não aprovaria essas mudanças de Insetos para Frutas". Cara! Se "seu" Ishinomori estivesse vivo e quisesse continuar no mercado de trabalho na franquia, ele se adaptaria aos novos padrões da cultura japonesa de se fazer Kamen Rider. Ou seja, se não fosse o Gen Urobochi que usasse o tema "frutas" na série, seria o "seu" Ishinomori, pois a série foi encomendada pela Bandai e pela Toei para ser com o tema frutas. Ou seja, SE o "seu" Ishinomori estivesse vivo, ele NÃO recusaria trabalho por causa da Soberba de veteranos-brasileiros que NEM são o público alvo. Afinal, nesses tempos de crise, recusar trabalho por Soberba é um tiro no pé. Não só no Brasil, como no resto do mundo. Ainda mais que, do jeito que ele, SE estivesse vivo, já seria bem velhinho, claro que ele não recusaria trabalho e dinheiro... então....

Enfim, Kamen Rider Gaim entra para a galeria de heróis marcantes. A série só não foi tecnicamente perfeita por causa do último episódio, que foi um filler desnecessário. A série em si acabou no episódio 46. Fora isso, é uma ótima série que vale e MUITO a pena ser assistida. E se guardada. E encerro essa review com um trecho de uma música do Kiko Zambianchi que diz o seguinte sobre os nossos protagonistas: "Se um dia eu pudesse ver o meu passado inteiro.... se fizesse parar de chover nos primeiros erros... o meu corpo viraria sol... minha mente viraria sol... mas só chove, chove.... mas só chove, chove...."... ♫♪

REVIEW DO TIO DONALD: SPECTREMAN

By : RodrigoPatoDonald
                           "Olhem o nosso verde... vamos preservar, preservar, preservar...."




Ontem encerrei a saga do Spectreman contra as tramas do pérfido Dr. Gori. O que eu aprendi? Como encarei essa série? Vejamos...

Spectreman se saiu como uma série BEM ambígua. Quem são os vilões? Quem são os heróis? Quem está certo? Quem está errado? Bem... passei o roteiro todo fazendo essa pergunta enquanto assistia a série. A premissa de Spectreman é a ecologia. O propósito da série foi conscientizar os riscos da poluição e a influência da mesma no nosso planeta. E, em cada episódio, somos perguntados: "merecemos morar nesse planeta??"

Dr. Gori criava os monstros a partir de resíduos tóxicos lançados na Natureza pelos próprios humanos. Nesse caso, Dr. Gori queria que os Humanos provassem do próprio remédio. Muitos monstros mutantes são uma mistura de criaturas terrestres com resíduos poluentes. O objetivo principal de Dr. Gori seria varrer a humanidade do nosso planeta e restaurar o "Éden" e ser o novo governante desse planeta SEM os Humanos. Mas ele tem um percalço: o nosso herói, que era a favor da presença da humanidade. 

Aí que entra a ambiguidade do roteiro, conduzido de forma brilhante pelo trio Haruya Yamazaki, Masaki Tsuji e Susumu Takaku. Ficamos a série toda nos perguntando se o Dr. Gori é o real vilão. Na verdade, podemos dizer que ele é o que chamamos de "justiceiro", aquele que faz justiça da maneira dele sem se importar com os meios dele. Para Dr. Gori, os humanos são os maiores inimigos da Natureza e são indignos de morarem aqui. Por isso, ele quis exterminar a raça humana para salvar o planeta. Mas, encontramos entre os humanos, aqueles que lutam pelo bem da Natureza. E são esses que o nosso herói quer acreditar que o planeta vai mudar. Afinal, o grande erro do Dr. Gori foi esse: querer generalizar a humanidade como um todo como a causadora da poluição. Podemos encontrar entre os humanos, pessoas que querem restaurar o nosso planeta. 

Sobre a série em si, não devemos esperar muita coisa dos efeitos especiais. Afinal, estamos falando de uma série de 1971. O baixo orçamento deixou os efeitos especiais precários, o que pode afastar um pouco os toku-fãs mais jovens, acostumados a efeitos especiais mais elaborados em tokus atuais. Vamos ver MUITOS bonecos de panos e raios de papelão pintados de giz de cera, fora as naves de papel crepom e fita crepe. 

Mas a série compensa e MUITO com a história profunda e bem reflexiva. Uma coisa que me incomodou um pouco foi a sua fotografia. MUITO escura e não combinou um pouco com a proposta da série, que devia passar uma mensagem mais "colorida" de conscientização. 

E sobre a considerada mais "densa e assustadora" sequência de episódios da série: "O Vampiro do Espaço!". Não achei grande coisa. Achei o monstro rato de duas cabeças mais assustador que o "vampiro" em si. E sobre "densidade", a sequência de episódios da feiticeira ("A Maldição da Feiticeira"), por abusarem da fotografia escura e dos efeitos sonoros estridentes, me deixou mais tenso. Aliás, PARA MIM, essa sequência da Feiticeira foi o melhor de Spectreman. Uma trama pesada para uma série de crianças e que saiu um pouco da questão da ecologia. 

O elenco foi MUITO bom. Tetsuo Narikawa (nosso saudoso herói) foi um ator MUITO bom e, pelo que andei pesquisando, um excelente atleta. Pena que seu potencial como atleta não foi muito explorado (E achei um erro ele aparecer fumando em alguns episódios... se ele é um herói que combate a poluição, deveria ter nos poupado dessa imagem que vai contra os propósitos do personagem apresentado... ). Mas, em compensação, Takamitsu Watanabe, o Kato, teve seu talento como lutador bem explorado, principalmente dos episódios 38 até o final, onde a equipe Anti-Poluição teve muitos combates corpo-a-corpo. O elenco feminino teve 4 mudanças no decorrer da série, sendo que destaco a doce Chieko (Tachibana Mineko), que deu um ar mais lúdico para a equipe. 

A trilha sonora se resume a canções e BGMs com pegadas mais "militares", como era o padrão de músicas de tokus dos anos 1970. As três canções apresentadas na série abusam de um tom de "hino nacional" e nos coros infantis e adultos. E as BGMs, como citado acima, tem um tom de "marcha militar". Não curti muito a proposta da trilha sonora.

Spectreman é uma ÓTIMA série. NÃO está isenta de falhas. Pode não agradar os mais jovens sedentos por efeitos especiais mirabolantes (talvez me engane, mas...). Mas, para o veteranos, é um prato cheio. Vale MUITO a pena assistir e se conscientizar sobre o que estamos fazendo com o nosso planeta. A série se encerra de forma primorosa e digna. Ou seja, "parado eu não vou ficar não... não vou cruzar os braços e ver o verde se acabar!"

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