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- Duelo de Fãs - Até Aonde Vai o Seu Fanatismo e COMO Isso Afeta o Próximo??
Posted by : RodrigoPatoDonald
quinta-feira, agosto 27, 2015
Existe certo provérbio argentino que diz o
seguinte: “A mesma mão que dá carinho é a mesma mão que fere!” Nesses tempos
mistos de guerra e paz, esse provérbio tem sido mais acentuado do que nunca.
Por quê? O que vamos analisar agora? Vejamos!
Por quê? O que vamos analisar agora? Vejamos!
Em praticamente todas as espécies animais,
existem disputas por algo. Por exemplo, os carneiros alpinos costumam disputar
entre si, batalhas para provar quem merece ser o DONO do rebanho. Algumas
espécies de tigres disputam com outros da mesma espécie por territórios grandes
e isolados. Algumas aves, como a ave-do-paraíso, disputam entre si para saber
qual o macho mais belo e que tem o direito de se acasalar com uma fêmea. Fora
algumas espécies diferentes que disputam entre si pela posse de determinado
alimento, como vemos entre as hienas e os abutres que disputam pela posse das
carcaças deixadas pelos leões e leopardos. O que quero mostrar com esses
exemplos é que, no reino animal, as disputas fazem parte do andamento da cadeia
alimentar e do movimento do ecossistema. Essas disputas são de forma
“civilizada” e ajuda a manter o equilíbrio da Natureza. Mas, e na espécie
humana, como ficamos?
Bem... Nem eu e nem vocês somos carneiros alpinos,
tigres, aves-do-paraíso, hienas, abutres, leões ou leopardos. Foram só ilustrações
para mostrar que a disputa é algo natural. Desde os primórdios da humanidade, a
mesma tem sede de disputar por algo. Isso ocorre desde os tempos bíblicos,
quando israelitas disputavam com outros povos pela posse de terras dadas por
Deus. Nos tempos da antiga Grécia, era comum habitantes de cidades vizinhas
disputarem pela soberania. Por exemplo, as disputas de Atenas e Esparta se
tornaram lendárias para o imaginário do povo. E como se esquecer das disputas
religiosas em cidades antigas, como na antiga Éfeso e Roma, que queriam
suprimir o Cristianismo e provar a soberania da religião “pagã”?
Só que, à medida que a humanidade “evoluía”, o
modo como os mesmos humanos encaravam as formas de disputar por algo também,
evoluíram. Algumas para o bem e outras para o mal. Alguns seres humanos geniais
transformaram as disputas em lazer e entretenimento. Afinal, quem não se
diverte disputando uma partida de futebol ou tênis ou até mesmo xadrez e
videogame com amigos? E algumas mentes geniais transformam essas disputas em
torneios de forma criativa e inteligente.
Agora vamos falar sobre a forma errada de
disputar e defender seus interesses. Hoje em dia, é comum vermos pessoas se
“matando” (às vezes, literalmente) por defender a supremacia de seu gosto
pessoal (que eu defino como PRECONCEITO). Muitas vezes nos deparamos com
torcedores de times rivais se matando desenfreadamente porque seu time do
coração perdeu determinada partida importante. Hoje em dia, temos uma
ferramenta MUITO usada para elevar as disputas nocivas por algo envolvendo o
seu gosto pessoal (agora sim, entra a ideia do proverbio argentino do início da
matéria): a INTERNET. Sim! Muitas pessoas se escondem atrás de um teclado para
alimentar e disseminar discursos preconceituosos e incitando o ódio. Vou lhes
dar um exemplo: na época do acidente da família Huck, MUITAS pessoas que não
nutrem simpatia pelo apresentador usaram tabloides para maldizer o acidente e
até mesmo lamentar pelo fato do apresentador, esposa e seus três filhos não
terem morrido. Detalhe: MAIORIA atrás de nomes e imagens falsas.
Por causa dessa aparente facilidade que as
pessoas possuem de “se esconder” por trás, é comum encontrarmos pessoas
causando disputas desnecessárias por coisa que devia ser apenas lazer de
determinada pessoa. Vemos na tão “danada” internet, pessoas alimentando a
disputa: Angélica X Xuxa, Lady Gaga X Madonna, Chaves X Trapalhões, Palmeiras X
Corintians, Flamengo X Vasco, Funk X Metal, Ateísmo X Teísmo, Heterossexuais X
Gays e etc. As vezes, muitas dessas disputas são alimentadas por pessoas que
querem ver o circo pegando fogo descaradamente. Aí, aumentam-se as ameaças, as
ofensas e os ataques contra os alvos e as pessoas que caem na estúpida lábia
desses fomentadores.
Hoje em dia, as pessoas estão mais preocupadas em
defender seus interesses e o principal, usam a internet para OBRIGAR as pessoas
a aceitarem seus interesses egoístas. Aqui no grupo da revista Animax do Face, tivemos dois exemplos essa
semana que mostram que o interesse de determinada pessoa se mostra mais
imponente do que o gosto da vítima em si. O primeiro foi postado por mim alguns dias,
onde um usuário questionou como seria a seleção de elenco de Saint Seya Omega
após a morte prematura de um dublador, não respeitando a dor de entes do
falecido. Tudo para defender seus interesses como fã, preocupado MAIS com as
vozes do personagem de um desenho do que a dor de se perder o ente querido.
Mesmo que ele não tenha tido maldade em se pronunciar daquele jeito sobre o
falecimento do dublador, visto que ele não o conhecia pessoalmente, mas só seu
lado profissional, vale salientar que o local (a página de entes queridos do
Antônio Akira) e o momento (homenagens póstumas sobre o Akira) NÃO eram
propícios para ele postar comentário de gosto duvidoso. E, por causa disso, ele
foi retalhado e ajudou a difamar a imagem de pessoas que são realmente fãs da
franquia Saint Seya, causando uma disputa desnecessária entre sensatez e
insensatez.
O outro exemplo que presenciamos está na imagem
apresentada pelo nosso colega Amancio. Um cidadão questionou o gosto de uma
colega por simplesmente ela gostar de assistir tokusatsus, chamando-a de
infantil. Aqui, foi levantada a disputa entre Maturidade X Imaturidade. Segundo
os prints, o cidadão em questão alegou que a nossa colega era imatura por
gostar de assistir séries infantis. Tudo bem ele não gostar de assistir tais
produções. É o direito dele não gostar. Mas, QUEM É ELE para dizer o que é
“maduro e imaturo”? Lógico que, a conduta de determinados fãs faz com que
MUITAS pessoas “maduras” vejam fãs de animes e tokusatsus (asiáticos,
americanos e europeus) como “imaturos”. Por isso, gostaria de salientar o
EXCELENTE comentário do nosso colega Felipe Maretta:
“As pessoas mais velhas não dão mais valor a lições primárias de convívio social. Tudo o que é abordado nos tokusatsus e Power Rangers são valores considerados de formação de caráter. Eles só ganham destaque nas produções para que as mesmas sejam justificadas como entretenimento, senão as séries seriam apenas ação com tramas pontuais como as demais séries indicadas a públicos mais adultos. A medida em que amadurecemos, outros valores vão tomando lugar sem que necessariamente sobreponham as iniciais. O problema é que as iniciais não interessam mais a adultos pois já passamos disso daí a ojeriza a esses tipos de produção. Precisamos entender que apreciamos um tipo de entretenimento que não é feito para nós como público alvo. Chamamos de ‘era de ouro’ porque acompanhamos essas séries quando éramos a faixa etária das mesmas, seguimos acompanhando por hobby e afinidade, mas a indústria do entretenimento evolui de acordo com sua audiência. Portanto a tendência é que nos sintamos deslocados pois essencialmente não somos seu público alvo. Some a isso um bairrismo infantil e teremos as viúvas do Black, os saudosos da manchete e as polarizações da tokunet. Triste mas muito humano!”
“As pessoas mais velhas não dão mais valor a lições primárias de convívio social. Tudo o que é abordado nos tokusatsus e Power Rangers são valores considerados de formação de caráter. Eles só ganham destaque nas produções para que as mesmas sejam justificadas como entretenimento, senão as séries seriam apenas ação com tramas pontuais como as demais séries indicadas a públicos mais adultos. A medida em que amadurecemos, outros valores vão tomando lugar sem que necessariamente sobreponham as iniciais. O problema é que as iniciais não interessam mais a adultos pois já passamos disso daí a ojeriza a esses tipos de produção. Precisamos entender que apreciamos um tipo de entretenimento que não é feito para nós como público alvo. Chamamos de ‘era de ouro’ porque acompanhamos essas séries quando éramos a faixa etária das mesmas, seguimos acompanhando por hobby e afinidade, mas a indústria do entretenimento evolui de acordo com sua audiência. Portanto a tendência é que nos sintamos deslocados pois essencialmente não somos seu público alvo. Some a isso um bairrismo infantil e teremos as viúvas do Black, os saudosos da manchete e as polarizações da tokunet. Triste mas muito humano!”
Embora o comentário dele se aplica diretamente aos toku-fãs, ele pode MUITO bem se estender sobre outros ramos do entretenimento, não importando a origem geográfica da coisa e o formato da mesma.
Enfim, concluo esse texto dizendo: NÃO OBRIGUEM
AS PESSOAS A ACEITAREM SEUS GOSTOS! Evitem causar disputas. Uma coisa que
precisamos entender é o seguinte: o brasileiro já não é bem visto na internet
pelos outros povos. Somos alvos constantes de preconceito lá fora (caso vocês
não saibam). E, ao invés de unirmos e evitarmos disputas desnecessárias, nós
mesmos (me incluo nessa) temos a tendência de atacar os gostos dos outros.
Vamos tentar respeitar o próximo. Vamos TENTAR colocar os interesses do próximo
acima do nosso. Só assim, vamos agir com sensatez e maturidade. Criticar é bom
e disputar também, mas, saibam criticar e disputar e tudo será bem sucedido
para o bem dos que REALMENTE são fãs de algo. :D
Gostei do "Indiota", hehe!
ResponderExcluirMas o que dizer? Longe de querer pagar o "politicamente correto de boutique", mas isso é o que chamamos de colhão virtual.
ResponderExcluirConcordo com o fã de Saint Seiya, se eu tivesse visto o post teria me expressado lá mesmo, até porque a forma que ele disse foi uma homenagem ao dublador, e quanto ser chamado de infantil por "amigos", parentes e afins, já virou uma constância, mas a infantilidade só se reflete em certos aspectos, e não completamente na pessoa, aspectos estes, que não são analisadas antes de sermos alvos de comentários preconceituosos como o Rodrigo disse.
PS: Adorei a imagem dos Akibarangers ali no início, e queria saber o que houve com Goranger.