Archive for novembro 2015
Angélica e os tokus: Um “casamento” que deu certo.
By : RodrigoPatoDonald
Antes de começar o texto, uma palavra do Charles, vulgo Fanboy: “Antes
de entrar no tema propriamente dito, quero dizer que teremos lançamentos de
episódios esta semana. Ok? Então não se desesperem. Teremos lançamentos”.
Bem... agora vamos falar do assunto que eu gostaria de falar: ANGÉLICA.
O que a apresentadora da Rede Globo tem a ver com o blog Rampage e os tokus?
AH... tem MUITA coisa!! Quem acompanhou a minha matéria no blog na entrevista
com Eduardo Miranda e Sergio Peixoto ( AQUI), entendem que hoje é dia dela. Se você é
fã de tokusatsus, tem que agradecer e MUITO a essa “loura romântica da TV com
sexy mancha na nítida coxa e que no peito bate um coração de fogo Sagitário”.
Eu já disse uma vez que Changeman estreou no ano de 1987 aos sábados e
eram exibidos SÓ os dois primeiros episódios por 5 sábados de 1987. Mas os
responsáveis pelas séries queriam exibir a série dentro de um programa da
Manchete chamado A Nave da Fantasia, que era o maior trunfo da Manchete em
atração infantil e era apresentado pela lourinha Angélica. Sim. Como a Angélica estava em alta no ano de 1987
e a fama dela só estava aumentando, a direção da Manchete queria investir
pesado no programa dela.
Seu Toshi queria aproveitar o espaço que a Manchete estava dando aos
tokus e usar a fama da apresentadora e do seu programa para divulgar os
seriados japoneses. Ele só conseguiu esse intento no dia 22 de Fevereiro de
1988, quando estreou o programa Clube da Criança, juntamente com a reestreia de
Changeman e a estreia de Jaspion, naquele lindo ano de 1988. E acabou que a
aposta de ambas as partes em aproveitar o sucesso dela acabou beneficiando e
MUITO os tokusatsus. E os tokusatsus ajudaram a aumentar ainda mais o prestígio
e a fama dela. Em suma, um acabou ajudando no sucesso do outro.
Angélica se destacou ainda mais com os meninos, visto que o maior
público dos tokusatsus eram os meninos. Ela só foi ganhar popularidade com as
meninas depois que começou a gravar discos. Ela se destacou com o sucesso Vou
de Táxi, faixa de abertura do seu primeiro disco lançado em Outubro de 1988,
aos 14 anos. A música foi um estouro e fez o disco vender mais de 2.700.000 de
cópias, sendo um dos discos que MAIS vendeu da história da música brasileira.
Se aproveitando da fama da apresentadora e do belo casamento
Jaspion-Changeman-Angélica, a Manchete iria estrear em Março de 1989, o seriado
Flashman dentro do programa Clube da Criança. Mesmo que a exibição inicial de
Flashman tenha sido marcada por reprises dos 10 primeiros episódios de forma
meio que exaustiva, o casamento dos dois deu certo. O início dos tokus na
Manchete dependeu exclusivamente da Angélica, mesmo que ela NÃO saiba disso
tudo. Depois estreou o Cometa Alegria e
os tokus foram exibidos em diversas faixas de horário dentro da emissora,
inclusive, dentro do programa Clube da Criança, que era o carro-chefe em
programação infantil da emissora.
Angélica nasceu no dia 30 de Novembro de 1973. Estreou na mídia quando,
aos 4 anos de idade, ganhou o concurso da criança mais bonita do Brasil dentro
do programa do Chacrinha. No ano seguinte, viria a repetir o feito e ganhou o
título de criança mais bonita do Brasil novamente. A partir daí, ela iria se
tornar uma modelo infantil requisitada.
No final de 1986, aos 12 anos, ela assina o contrato com a Rede Manchete
ao entrar nas portas da emissora para divulgar o seu grupo infantil Ultraleve.
Ela só iria tomar posse do programa A
Nave da Fantasia, que pertencia a apresentadora mirim Simony (ex-Balão Mágico)
no dia 06 de Abril de 1987. Seu jeitinho doce logo conquistou uma legião de
fãs, que perceberam um jeito totalmente diferente nela. Acreditando no
potencial da menina loura, Angélica ganha da Manchete o programa de clipes
Shock, nas tardes de sábado, antes dos desenhos da Hanna-Barbera e outros
seriados americanos. Mas ela iria estourar mesmo com o Clube da Criança, em
1988. Vindo a versatilidade da menina, a Manchete deu para ela, o programa Milk
Shake, que apresentava musicais. Os dois programas apresentados por Angélica na
Manchete iria durar até o início de 1993, quando seu contrato encerra com a
Manchete e ela vai para o SBT.
Hoje em dia, Angélica é apresentadora do programa Estrelas na Globo, e é
casada com o também apresentador Luciano Huck faz 11 anos e é mãe de três
filhos: Joaquim, Benício e Eva. Hoje, nesse dia 30 de Novembro, celebra 42 anos
e 28 anos de carreira televisiva. Sua carreira fonográfica abrange 13 discos de
estúdios e 6 coletâneas, fora participações em 2 trilhas sonoras e um dueto em
outro disco de outro artista/banda. Nós, do Rampage, mesmo que tu não saibas da
importância que tens para essa legião de fãs de seriados japoneses, sabemos da
importância que tu tens para a nossa infância e nosso passado. Nós do Rampage
somos gratos por você ser uma das responsáveis pela vinda dos tokusatsus
japoneses de toda uma geração, mesmo que tenha sido nos bastidores e tu não
saibas de sua importância para uma geração que curte heróis japoneses. Então,
fica aqui a nossa homenagem a tua pessoa profissional. Afinal, tua presença em
nossas vidas, indiretamente, foi mágica e foi revolução.
Link para assistirem um trecho do Clube da Criança onde ela cita Jaspion, Changeman e Flashman: CLUBE DA CRIANÇA
Não morremos! Vamos voltar! Leiam isso aqui e entendam tudo!
By : Charles William KrügerDevem ter notado que estamos sem lançamentos há algumas semanas.
Devem ter notado que tem coisa lançada por fansubs internacionais que já estão disponíveis e que ainda não lançamos.
Por quê?
Devem ter notado que tem coisa lançada por fansubs internacionais que já estão disponíveis e que ainda não lançamos.
Por quê?
Essa é a vida dura que levam os caras do Rampage
Nosso encoder/timer/faz-tudo, Clock Up, está terrivelmente ocupado passando férias em uma ilha paradisíaca, tomando água de coco. Ou está completamente atarefado em seu novo emprego e não tem mais condições de ajudar no fansub até poder se organizar. Como saber?
Quando ele voltar, teremos NO MÍNIMO, 20 episódios para lançar. Vai ter Janperson, Goranger, Bioman, Go Go V, JAKQ e o escambau a quatro.
Fanboy, mas quando ele volta?
Não sei. Para o caso de ser apenas em 2.058, estamos tomando providências preventivas. Mesmo assim, pode demorar alguns dias. Ou semanas. Vai saber?
Podemos continuar perguntando quando teremos lançamentos novos?
Sim, claro que podem. A resposta provavelmente será a mesma. Mas podem.
Porra, Fanboy. Eu quero episódios novos!
Coincidência ou não, eu também quero. Mas também quero qualidade. E para isso, não dá para lançar no improviso.
Fanboy, esse post não nos deu um prazo. Continuamos sem saber quando haverá episódios novos.
Com a equipe completa, nunca trabalhamos com prazos. Com a equipe incompleta, obviamente também não temos.
É isso. Aquele abraço, amiguinhos.
ToQger e o polêmico selinho gay:
By : RodrigoPatoDonald
Hoje vou ser rápido e
objetivo, sem NENHUM floreio, que é comum nos meus textos. Vou falar de um
assunto que andei observando nessa toku-net que já tem alguns meses já. Estou
falando do polêmico sentai ToQger e, PRINCIPALMENTE, do seu polêmico selinho
gay que ocorre no episódio 34.
Muitos toku-fãs reclamaram
dessa cena. E essa cena só serviu para surgir MAIS e MAIS “haters” de ToQger.
Não diria NEM de ToQger em si, mas dos sentais atuais. MUITOS reclamam que
estão “aviadando” os sentais e estimulando as crianças a virarem “gays” por
causa de cenas como essa. Mas, será que é mesmo?
Vamos analisar o contexto da
cena e da série. Akira NÃO é Humano. Ele NÃO conhece os costumes humanos. Ele
NÃO está familiarizado com o ato de “beijar”. Para ele, beijar tanto a Mio como
aquele “otaku” não teria diferença. Segundo, Akira estava pronto para beijar. Mas
beijar quem? Mio? Não! Ele percebeu que ela NÃO queria. Mas o otaku queria ver
um beijo e insistiu nisso. Por isso que ele foi direto ao otaku, pois ele ACHAVA
que o beijo que o otaku queria era nele, e NÃO nela. Terceiro: o beijo
aconteceu SEM QUERER. Enquanto o Akira estava pronto para beijar o Otaku, esse
estava evitando o beijo de qualquer jeito. O selinho só ocorreu porque o
Tokatti tropeçou na pedra e fez com que ocorresse o tal selo. Se o Tokatti NÃO
tropeçasse numa pedra, com certeza o tal selinho gay NÃO iria ocorrer.
Quarto e último ponto: vocês
acham que ToQger foi o PRIMEIRO sentai a exibir um selho gay? Em 2003, o sentai
da vez, Abaranger, nos apresenta o SEGUNDO selinho gay da franquia. Numa cena,
Yukito usa seus dons terapêuticos num jogador de beisebol estadunidense. Esse
mesmo jogador, depois de ter sua coluna restaurada, ficou tão eufórico que
dançou, rebolou e... roubou um BEIJO do Yukito, que ficou estupefato. Na
segunda tentativa, o Yukito o proibiu de dar outro beijo. O resultado foi uma
das cenas mais hilárias dos sentais.
Por causa desses exemplos de
ToQger e Abaranger, muitos veteranos brasileiros acabam criticando a postura
dos sentais atuais sobre como esse tipo de cena pode influenciar no
comportamento das crianças. Eles ACHAM que isso pode “enviadar” as crianças.
Mas, se eu lhes falar que vocês, veteranos brasileiros, já viram um selinho gay
num sentai venerado pelos brasileiros, vocês acreditam? Vemos nessa foto que
Go, empurrado por Sara, rouba um beijo e Dan. Numa situação praticamente
IDÊNTICA ao que ocorre em ToQger. Agora eu pergunto em caixa alta: TEVE ALGUM
MARMANJO AQUI QUE SE “ENVIADOU” VENDO O SELINHO DE GO E DAN EM FLASHMAN
MILHARES DE VEZES QUANDO CRIANÇA?? O que aprendemos desse exemplo?
Primeiro: os japoneses se
mostraram evoluídos, pois, desde os tempos remotos dos sentais, séries
praticamente dedicadas ao público infantil atravessaram décadas mostrando algo
que é, para a mente ultraconservadora ocidental uma ofensa, que um “selinho”
entre dois homens é normal. Segundo: ninguém precisa virar gay só de ver dois
caras em décadas diferentes trocando selinho. MUITAS crianças não viraram adultos-gays
por verem personagens de Flashman, Abaranger e ToQger. Mas pelo menos as
crianças japonesas são educadas pelas suas produções que existe sim, homens que
se envolvem com homens e mulheres com mulheres (como vimos em Sailor Moon, The
King of Fighters, Mahou Tsukai Tai e etc...). Terceiro: NADA nessas três séries
foi mostrado de forma imoral, com o intuito de forçar as crianças a se “enviadarem”,
como alguns veteranos gostam de defender essa “tese”. Tudo foi mostrado de
forma inocente e pura, sem malícia alguma. Foram cenas para divertir o público.
Não tem essa de converter a “viadagem”. Quinto e último: Os sentais atuais não
estão mais “gays” por causa de um selinho. Eles estão mais “coloridos” porque
as crianças japonesas atuais estão mais consumistas e mais exigentes com
relação ao formato das séries que assistem.
Então, com essa explicação
rápida, espero que parem com esse preconceito de que tokus atuais estão “mais
gays” e que se divirtam por conhecer algo que pode ser bom. Capicce?? :D
Dia do Tokusatsu: 03/11 BANZAI!!! :D
By : RodrigoPatoDonald"Lá... bem na multidão... tem um coração olhando pra mim, bem pra mim....."
Nesse dia dos Tokusatsus, esperamos que todos não deixem a chama dessas produções que nos encantaram apagar. Vamos esquecer as desavenças e vamos nos unir por um único ideal. Re-acender toda a chama do tokusatsu para uma nova geração. Não fiquemos presos SÓ ao que assistimos no passado. Os tokusatsus japoneses possuem mais de 60 anos de história. Temos MUITAS coisas para vermos. Para conhecermos. Para explorarmos. Para opinarmos. Hoje em dia, os japoneses fazem uma homenagem solene para o Godzilla todos os anos, em honra a 60 anos de história de produções como um todo. E nós podemos fazer a mesma coisa por nossas amadas séries. Por isso, feliz dia do Tokusatsu para TODOS nós! :D
SOLDIERS! CHEER UP! :D
O ano era 1954. O mês? Novembro! Exatamente no terceiro dia de Novembro de 1954, as multidões japonesas se aglomeravam nos cinemas para ver um filme diferente e MUITO inovador para a época. Ele tinha efeitos diferentes dos tipos de filmes que a nação japonesa estava acostumada. Todos os corações dos japoneses estavam focados no monstro que destruía cidades e as devastava com seu "hálito refrescante". O resultado foi que MUITOS se conscientizaram dos perigos das armas atômicas e se encantaram pelo lagarto Godzilla. Os japoneses se encantaram pela nova forma de entretenimento e pela nova forma de se fazer filmes. Eles estavam encantados pelos efeitos especiais presentes em Godzilla. De lá para cá, foram feitos mais e mais filmes com efeitos especiais mirabolantes (para a época) e conquistando mais público. Os filmes de efeitos visuais japoneses ganharam o mundo. Estadunidenses, Franceses, Mexicanos, Filipinos, Brasileiros.... sim... todos eles se renderam aos filmes de monstros japoneses com efeitos especiais. Daí, se nasceu a expressão "tokushu satsuei", que significa nada mais e nada menos que "filmes que possuem efeitos especiais".
Só que os japoneses perceberam que podiam fazer MUITO mais com efeitos especiais em suas produções. Com seus efeitos especiais, podiam fazer homens voarem pelo espaço, podiam fazer samurais cortando outros samurais ao meio, podiam criar insetos gigantes, podiam criar heróis que tinha armas lasers. Aproveitando a nova onda de super-heróis estadunidenses que estavam invadindo o mundo, os japoneses resolveram usar os efeitos especiais dos filmes de monstros e samurais em séries de televisão de super-heróis. No início, os efeitos especiais eram precários, mas o suficiente para deixarem os telespectadores impressionados. Fizeram séries de super heróis japoneses para TODAS as idades e gêneros (crianças, jovens, adultos, idosos, homens, mulheres, meninos, meninas, ricos e pobres).
Os seriados de super-heróis japoneses ganharam fôlego mesmo quando Eiji Tsurubaya criou a franquia Ultraman. Seu primeiro Ultraman foi um estouro e se tornou ícone pop da cultura japonesa. De lá, cada produtora resolveu fazer seus super-heróis com efeitos especiais mirabolantes para cativar as gerações. Por isso, cada geração possui seu herói, seu seriado e seu estilo. A cada geração, os "tokushu satsuei" mostravam evolução nos efeitos visuais. E tudo ganhou novo impulso quando um certo japonesinho, baixinho, de cabelo pixaim chamado Shotaro Ishinomori criou dois tipos de seriados que viriam fazer toda uma tradição no universo japonês: o Kamen Rider (Cavaleiros Mascarado) e Sentai (Esquadrão). Os anos 70 no Japão foram com seriados que flertavam, em muitos casos, pela violência. Mas, a medida que os anos foram passando, a mesma foi suavizada. Os sentais ganharam inovações em 1979, quando a série Battle Fever J ganhou o primeiro robô gigante da franquia e o nome da franquia ganhou a alcunha Super, sendo assim, se tornando os Super Sentais.
Nos anos 80, a dona Toei presenteia o público com uma nova franquia. No caso os Metal Heroes. A franquia inovou o gênero tokusatsu por causa dos efeitos pirotécnico e o uso de explosões, o que encantava e MUITO os japoneses. Nos anos 90, os tokusatsus de heróis ganharam forças, além dos reforços de filmes de monstros e de Japão Feudal que usavam efeitos especiais. A franquia Kamen Rider entra em hiato e quase que o Super Sentai é extinto. Mas os Metal Heroes não tiveram essa sorte. Na segunda metade dos anos 90, eles são extintos de vez. A família Ultra continuava na ativa. Os kaiju eiga estava oscilante, no aguardo do lançamento do Godzilla americano. E entre os anos 80 e 90, diversos sub-gêneros, como Henshin Heroines e Heroes e alguns Kyodais Heros. Os filmes e séries tokusatsus que retratam o Japão Feudal são bastante valorizados por lá entre o público idoso.
Já nos anos 2000, já começa uma nova forma de se fazer filmes e séries de Tokusatsus. Efeitos especiais mais elaborados e mágicos. Um dos destaques dos anos 2000 está no filme do gênero Nippo Hero (Heróis de Japão Feudal) Azumi, que visava atrair a atenção dos mais jovens para esse gênero, visto que ele é bastante consumido por idosos japoneses e desconhecido por toda uma geração. A franquia Kamen Rider volta com tudo. Começa-se com Kamen Rider Kuuga, que traz toda uma nova opção e evolução para a franquia. Sai aqueles roteiros de "salvar meninos com micro-shorts do monstro do dia" para um história com teor mais investigativo, onde cada episódios se intercalam. Os Super Sentais estavam focalizando mais em histórias mais amenas, mais leves, tentando atrair mais o público infantil. Por causa disso, usasse um forte apelo comercial nos Super Sentais, sempre trazendo novos apetrechos para atiçar o consumismo mirim. Os Ultras continuam com histórias mais sérias, não tão sérias como eram nos anos 70, mas mais sérias do que das outras franquias. Os Kaijuu Eiga continuam em grandes produções, mas, sem grande apelo comercial para o resto do mundo como das outras franquias.
Na década atual, houve uma tentativa de trazer os Metal Heroes em filmes especiais. O herói Jiraya aparece num episódio do sentai de 2015, Ninninger. Os tokusatsus de super heróis ganham um apelo mais comercial. O consumismo impera em praticamente todos os tokusatsus das principais franquias. Kamen Rider Gaim é consagrado como um dos melhores da franquia pelo público japonês pela forma de como o roteiro foi conduzido e continua rendendo para a Toei até o presente ano. Mas a maior comoção da década foi o lançamento do novo filme Godzilla por estúdios estadunidenses, em comemoração aos 60 anos do lagartão e dos "tokushu satsuei" japonês.
E no Brasil? Bem.... tivemos o nosso primeiro contato com tokusatsu japonês no ano de 1965, quando a Globo de São Paulo exibiu o programa Clube do Capitão Furacão e, dentro dele, o seriado National Kid. O sucesso foi imediato. Conquistou toda uma geração. Usando a sua influência, o empresário Silvio Santos consegue trazer mais seriados japoneses de efeitos especiais. Para o final dos anos 60 para início dos anos 70, as crianças japonesas descobriram seriados como Agentes Fantasmas, Ésper, Príncipe Dinossauro, Ultraman, Ultra Q, Magma Taishi, Robô Gigante, Ultraman e Spectromen, além de outros. Ainda conseguiram trazer alguns filmes de monstros para toda uma geração. O resultado? Nasceu o primeiro boom dos tokusatsus japoneses no Brasil. Muitos heróis japoneses invadiram o mercado e a imaginação das crianças brasileiras. Mas nenhuma série conseguiu desbancar o reinado de National Kid, o primeiro de todos. Ele reinou sozinho. Vale salientar que National Kid não fez sucesso em NENHUM lugar do mundo a não ser no Brasil. NEM mesmo no Japão a série é tão popular. E uma curiosidade adicional: National Kid chegou até mesmo a ser quase censurado pelo governo militar da época, que achava inadequado mostrar para as crianças, pessoas voando sem equipamentos. National Kid foi reprisado, anos mais tarde, pela extinta TV Manchete, mas não repetiu o êxito que foi nos anos 70.
O segundo boom dos tokusatsus na TV Brasileira começou no ano de 1987, no último sábado de Novembro daquele ano , o dia 28. Estreava na TV Manchete um seriado onde cinco militares lutavam contra criaturas espaciais. Foram cinco sábados exibidos apenas os dois primeiros episódios, numa espécie de teste da emissora. Janeiro de 1988 entrou sem esse seriado. Mas em 22 de Fevereiro de 1988 estreava um programa chamado Clube da Criança com a apresentadora Angélica, com 14 anos na época. Dentro desse programa, a mesma série que estreou em 1987 re-estreava com louvor, junto com outra série. Os nomes dessas séries? Changeman é o esquadrão. E a sua parceira foi Jaspion. O que ajudou toda uma geração a se deixar impulsionar pelo sucesso da dobradinha Changeman-Jaspion? Bem.... analisando todo o conceito histórico e cultural da época, a estréia veio em ótima hora. Os anos 80 é conhecido como o ano das revoluções. No Brasil, é declarado o fim da Ditadura Militar. As mulheres ganham mais liberdade e disputam de igual para igual com os homens no mercado de trabalho. A TV colorida ganha mais destaque. As emissoras investem pesado na programação infantil. Como as mulheres saíam para trabalhar junto com os maridos, coube as TVs bancarem as "babás eletrônicas" das crianças.
Aproveitando a onda, as crianças daquela época ficaram impressionadas com a nova forma de se fazerem heróis. Coreografias mirabolantes, efeitos pirotécnicos, explosões coloridas, uniformes coloridos, armaduras reluzentes, robôs gigantes, monstros maus e heróis fortes. Sim! Changeman e Jaspion fizeram um frisson para toda uma geração e trouxeram mais e mais heróis japoneses para a TV brasileira. Muitas emissoras apostaram em novas produções. Algumas trouxeram até mesmo seriados que foram exibidos nos anos 70. Mas nenhuma conseguia repetir o êxito que foi Jaspion-Changeman. Os anos 90 foram recheados de aventuras mirabolantes. Cada série conseguiu atingir vários tipos de público. Ou seja, foram séries para TODOS os gostos. Mas, um provérbio argentino diz que, "a mesma mão que dá carinho é a mesma mão que fere". E o mesmo sucesso que levou os heróis japoneses ao estrelato foi o responsável pela sua queda. A saturação e as reprises exageradas causaram um desgaste no gênero.
Os anos 2000 entraram somente com Ultraman Tiga no programa da Eliana na Record, Mas, por exigência da apresentadora, que o "achou violento demais", foi retirado do ar de imediato em 2001. Ficamos sem Tokus na TV aberta, contando com algumas reprises de Kaiji Eigas no SBT. Mas a história mudou em 2009, quando a Rede TV anuncia a estreia do seriado Ryukendo. Começou todo um novo frisson. Ryukendo conseguia em média de 6 para 8 pontos de ibope para a Rede TV, o que é, para os padrões da emissora, MUITA coisa. Ryukendo batia o seriado mexicano Chaves facilmente. A Rede TV tinha a faca e o queijo na mão, mas entregou para os ratos. Má divulgação, má distribuição, descaso de empresários com o seriado e o pior de tudo, pessoas que se diziam toku-fãs num frenesi desenfreado querendo boicotar a série, mandando intimações para a Rede TV tirar Ryukendo para colocar Changeman e Cia no lugar, fez com que Ryukendo fosse jogado de escanteio.
Hoje em dia, os toku-fãs usam diversos meios para assistirem tokus. Temos DVDs, Internet e o sistema Streamming para assistirmos tokus. Nos últimos 5 anos, tivemos os lançamentos de tokus no mercado de DVD, como alguns filmes da família Ultra, Azumi, alguns Kaiju Eiga e alguns seriados da Manchete. Alguns canais de streamming estão liberando tokus para o povo latino. Os Tokus que não tiveram licença são legendados de forma harmoniosa por muitos fansubs, inclusive o nosso.
Nesse dia dos Tokusatsus, esperamos que todos não deixem a chama dessas produções que nos encantaram apagar. Vamos esquecer as desavenças e vamos nos unir por um único ideal. Re-acender toda a chama do tokusatsu para uma nova geração. Não fiquemos presos SÓ ao que assistimos no passado. Os tokusatsus japoneses possuem mais de 60 anos de história. Temos MUITAS coisas para vermos. Para conhecermos. Para explorarmos. Para opinarmos. Hoje em dia, os japoneses fazem uma homenagem solene para o Godzilla todos os anos, em honra a 60 anos de história de produções como um todo. E nós podemos fazer a mesma coisa por nossas amadas séries. Por isso, feliz dia do Tokusatsu para TODOS nós! :D
SOLDIERS! CHEER UP! :D