Posted by : RodrigoPatoDonald sábado, fevereiro 14, 2015

Flashman: Siga o seu sonho e a sua intuição...

        

Falar de Flashman pela toku-net é algo assim que exige MUITA cautela. Eu resolvi, depois de MUITO tempo, re-assistir a série, mas, com os olhos de um adulto. Não fui guiado por nostalgia ao re-assisti-lo. Resolvi encarar o sentai do mesmo modo que encaramos uma série atual no qual não vemos quando éramos crianças, como Goseiger ou ToQger. E falar de qualidades e defeitos dessa série é algo que se pede que faça com muito tato, visto que tem pessoas que, do mesmo modo que Changeman, a consideram a obra-prima dos sentais. Mas, vamos falar da série. Creio eu, acredito que 91% dos que se dizem Toku-fãs já viram essa série. 

Flashman foi a série inovadora dos anos 80. Com uma qualidade estética superior a de sua antecessora, Flashman é uma série onde inovações e tradições dos super sentais caminham lado a lado. Vale salientar que em Flashman vimos um sentai com uma das cargas mais dramáticas da franquia. Flashman inovou por ser um sentai sem ter final feliz. O roteiro resolveu apelar pela dramaticidade. Apesar de alguns episódios dedicado ao humor (como no caso das Abóboras Selvagens e do Balão dos Sonhos), a premissa da série é mexer com o emocional das pessoas, com episódios onde lágrimas podem fluir de seus rostos facilmente. Na história, vamos encontrar 5 pessoas que foram criadas em outro planeta e voltam ao planeta natal, a Terra (leia-se Japão) com o intuito de lutarem contra uma equipe de cientistas que querem fazer experiências genéticas com criaturas terrestres. Junto com essa missão, eles vão lutar e seguir seus sonhos.

A premissa de Flashman é essa: Seguir o sonho! Seguir a intuição! Nossos cinco heróis chegam ao Japão cheios de sonhos, sendo que, o maior deles é encontrar a família. Sentir a família. Coisas de famílias, como comer comida caseira de mãe, brincar e brigar com irmãos, dormir no colo da mãe, ouvir histórias para dormir, receber os curativos da mãe. Enfim, um aconchego de família. E nossos heróis, de um jeito ou de outro, acabam experimentando esse tipo de sonho. Esse tipo de desejo. E as experiências deles em situações terrestres é mostrada de forma poética e inocente. Vide o caso dos balões, onde é mostrada toda a ingenuidade dos heróis, em lutar pelos seus sonhos. Afinal, no episódio dos balões, os mesmos levam os "sonhos deles para os céus". 

Mas para nossos heróis seguirem seus sonhos, eles precisam enfrentar alguns percalços. Como o maníaco Ley Wanda, a ardilosa Ley Nefer e o calculista Sir Cowler. Além de um time de vilões da linha que são maus, nossos heróis possuem como adversário, os fantasmas do passado. Afinal, eles são assombrados pelo fato de terem sido raptados e por não encontrarem seus pais. E sabendo dos fantasmas do passado, a equipe do Império de Experimentos de Remodelagem Mess se abusa disso para espezinhar nossos heróis, como no caso de que Ley Wanda ataca Jin graças a uma cicatriz que este tinha no peito. 

Flashman não é uma série de se jogar fora. Como falei no início, é uma série onde se tem uma das maiores inovações da franquia. O que seria? O acréscimo de um segundo robô gigante em parceria com o robô principal. Titan Boy veio apimentar o enredo, com seu jeito "destrambelhado", dando um alívio cômico. E isso foi legal. Flashman serviu como base para sentais futuros trazerem um novo robô no meio da série. Um outro ponto legal foi uma trilha sonora impecável. Tanto na parte das OSTs como na parte das BGMs. Músicas que lembram composições de grandes mestres contemporâneos, como Alan Menken e John Williams, usadas nas cenas certas e nas horas certas. Ou seja, algo bem feito. Muitas músicas que deixaram marcas, como aquela que toca na cena em que Bun vai atrás de uma pomba no episódio da motoqueira. Essa música é MÁGICA!! Outra coisa que quero reforçar (como já deixei claro) é que o roteiro é inovador. A história termina de forma trágica, sem um final feliz para nenhum componente da Supernova. E isso foi uma outra inovação, onde se sai o final feliz para algo mais triste. Esses foram alguns pontos que, na MINHA opinião, fizeram com que Flashman me deixasse marca na vida de muitos. 

Mas a série não está isenta de defeitos (assim como QUALQUER série). Uma delas está na escolha do elenco. Não digo o time dos vilões, que possuem nomes de peso, como Kouji Shimizu (Dr. Keflen), Jouji Nakata (Cowler), Kazuhiro Hirose (Ley Wanda), Miyuki Nagato (Wolk) e  Sayoko Hagiwara (Ley Nefer). Mas o time de herói deixou a desejar, se salvando apenas a Mayumi Yoshida (Lu) e Akira Ishihama (Dr. Tokimura), que se mostraram talentosos e firmes defendendo seus personagens. Mas os outros personagens me passaram (repito, opinião MINHA) de serem canastros demais. Um dos maiores exemplos está na Yoko Nakamura (Sara). Ela foi uma atriz que estava em ascensão na época como atriz, modelo e cantora e quiseram explorar o máximo dela. Tanto que, em determinado momentos, dava para ver que a personagem dela era a protagonista da série. E o pior, o protecionismo para cima dela acabou ofuscando os outros quatro. Alguém podia ter dado uns toques para ela que fazer caras e bocas em demasia não faz a pessoa ser uma boa atriz. E só. Outro ponto fraco na série está por conta do figurino, que é demasiado pobre e cafona (com exceção ao figurino civil terrestre de Jin). Ali dava para ver uma falta de preocupação com a aparência dos atores. O figurino mais judiado, sem sombras de dúvidas, ficou a mercê da personagem Sara. Se alguém me dizer que é normal aquele conjunto de saia amarela com meias 3/4 brancas com florzinhas ser usado no cotidiano com sinceridade, com sinceridade, não possui um bom senso. Só serve para ser cosplay em eventos de animes da atualidade no Brasil e olhe lá.

De resto, Flashman é uma série tecnicamente perfeita. As filmagens atrasaram, mas, quando chegou, veio para ficar e deixar marcas positivas na vida da franquia. É uma série boa. MUITO boa por sinal. Mas, não é motivo para ser idolatrada e encará-la como supra-sumo, pois ela não o é. A série trouxe inovações (e positivas, diga-se de passagem). Mas é uma série que nos incentiva a muitas coisas boas. Ela nos ensina a seguir o nosso sonho. A nossa intuição. E assim seguimos. Em busca dos nossos sonhos. Ponto para a dona Toei. PRISM FLASH!!! :D

{ 8 comentários... leia abaixo, ou comente }

  1. Concordo com sua opinião, eu normalmente não gosto de discutir sobre Sentais com a fanbase brasileira justamente pelo fato que eles só conseguem gostar (e viver) na hora dos tokus da Manchete, e isso não me desce, essa limitação de grande parte dos fãs é algo que me irrita profundamente (visto uma discussão sobre isso que tive em uma página do Facebook recentemente) parabéns pelo tema e pelo excelente review!!!

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    1. Fico grato, Cyberzedd com sua proposta. Nas minhas análises, tento ser o mais imparcial possível, sem me deixar levar pela nostalgia barata. Recentemente, em uma dessas "discussões", eu vi um cara dizendo que o "Black é o mais forte dos riders porque o criador da franquia, Shotaro Ishinomori, disse que os riders antigos eram mais fortes que os atuais". Aí eu me pergunto: será que o cara sabia que o seu Ishinomori morreu dois anos ANTES da franquia ressurgir? Não discuto mais com gente com esse tipo de mentalidade! Simplesmente ignoro! No momento, dá raiva! Mas, não podemos forçar o povo a aceitar os tokus novos. Sei que o mundo toku possui 60 anos de história. Eu prefiro conhecer o que esses 60 anos têm para oferecer. Se o povo prefere ficar preso ao que a TV brasileira exibiu no espaço de 6 anos, não podemos fazer nada! Só aceitar! Mas, jamais devemos deixar que a mentalidade deles nos obrigue a ficar presos a 6 anos de tokus como eles estão presos. :D

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  2. Boa análise, mas Lu ser boa na série? Onde? Flashman é muito melhor que Changeman. Ambos são sentais simples, ao meu ver, mas Flashman tem um final incrível e tem dois vilões que eu gosto muito: Kaura e Kefler

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    1. Gilmar! Eu não disse que a Lu é boa na série! Não tem como ela ser boa na série porque a personagem foi pouco explorada. Aliás, ela foi a mais injustiçada da série! Mas, mesmo sendo injustiçada, dava para ver claramente que a Mayumi Yoshida (a Lu) era a melhor atriz do quinteto principal. Ela tinha presença. Não se intimidava. Não forçava para expressar os sentimentos. Tinha talento para humor, drama, raiva e perseverança. O pouco que a Lu apareceu mostrou que a atriz era versátil e podia se adaptar a todos os tipos de trabalho. Coisa que não podemos notar nos outros quatro. :D

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  3. Lu destoa na série por ser o personagem mais mal desenvolvido.

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    1. Como falei acima, Lu não podia apagar o brilho da aspirante Yoko Nakamura, que estava com a carreira em ascensão. Embora a Mayumi Yoshida tenha sido a melhor atriz, tiveram que ter o cuidado para não deixar que ela se sobressaia contra o brilho da tão famosa Yoko Nakamura. Aliás, podemos afirmar que Sara foi a protagonista da série. Os outros quatro foram apagados pela Sara. E Lu foi a mais injustiçada da série.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Sara x Lu. Discussão eterna!
    Eu não sabia que a Nakamura era cantora e modelo, mas em termos de beleza, a Pink Flash era tão linda quanto, o problema foi que a Lu, realmente foi uma personagem muito mal aproveitada, aquele episódio do bebê monstro me dá "náuseas".
    E fica claramente que a Sara termina como a protagonista e que desde o começo ela foi usada como "menina dos olhos de ouro" do Sentai, tem até vídeo com poses dela no seriado, e admito... tenho uma quedinha boa pela Yellow Flash. E acho que o final da série a Nakamura atua bem, com o lance dos pais dela.
    Mas claro, como foi dito, ela também explorou descaradamente nos beicinhos(lindos), na roupa curta e no jeitinho de menininha.
    E como eu disse, admito, até hoje tenho quedinha pela Yellow Flash! rs

    Figurino "terráqueo": Pra mim esse é o pior ponto do seriado, todos ficaram muito feios, muito esquisitos, com cara de caipiras que se acham na moda.

    Vilões: Todos fantásticos, todos muito bem construídos, parecem até que eram verdadeiros.

    Estou assistindo tokus. No caso, assisti Metalder, Cybercops, Maskman, Flashman e estou em Jiraya.
    Desses, Metalder e Flashman são muito bons, recomendo,pois foram os únicos que realmente me tocaram sensívelmente. Cybercops puxa pro lado de um enredo vibrante, que compensa com sobras os efeitos "toscos". Jiraya até onde estou indo está ótimo. Maskman é aquele que passa com nota 7, pois pra mim não chega a ser ruim, mas também não tem nada de espetacular(Ah não ser o tema do Great Five)

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